Estados Unidos admitem: "Temos de falar com Assad"
Os Estados Unidos "vão acabar por ter de negociar" com o presidente sírio Bachar al-Assad, admitiu o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, numa entrevista à CBS News. No quarto aniversário do início da guerra naquele país, o chefe da diplomacia norte-americana afirmou que o conflito é "uma das piores estratégia que qualquer um de nós já viu".
Kerry garantiu que Washington tem pressionado Assad para voltar às negociações depois do fracasso das duas primeiras tentativas de diálogo.
Nos últimos anos, os EUA têm insistido que Assad deve sair do poder e defendido uma transição política. Mas o surgimento de um inimigo comum - o Estado Islâmico - levou o Ocidente a suavizar a sua posição em relação ao presidente sírio.
A guerra na Síria começou há quatro anos e, segundo várias organizações humanitárias, já fez 220 mil mortos. A ONU estimou, em outubro, um número de mortos superior a 200 mil.
Num comunicado, publicado para assinalar os quatro anos de guerra civil na Síria, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) explicou que, entre os mortos, há pelo menos 102 831 civis, dos quais dez mil menores e quase sete mil mulheres.
O Observatório precisou também que um total de 26 834 combatentes estrangeiros, das organizações 'jihadistas' Estado Islâmico, Frente al-Nusra (ligada a Al-Qaeda na Síria) e outras brigadas extremistas, foram mortos nestes quatro anos de guerra.